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O que aconteceu na sua infância tem um reflexo em você hoje

Nossa infância molda muito mais do que imaginamos. As experiências que vivemos nos primeiros anos de vida têm um impacto profundo e duradouro no nosso comportamento, emoções e relacionamentos na vida adulta.


Para os pais, entender como certas atitudes podem reverberar na vida dos filhos pode ajudar a promover uma educação mais saudável e acolhedora.

Vamos explorar alguns exemplos de como experiências na infância afetam os adultos e como podemos refletir sobre isso para proporcionar um ambiente emocional mais seguro para nossas crianças.


  1. “Engole o choro!” – Dificuldade em Expressar Sentimentos

Quantas vezes você já ouviu ou até mesmo falou “engole o choro” para uma criança? Embora pareça uma forma de “fortalecer” a criança, essa mensagem sutil pode ensinar que emoções são algo a ser reprimido. Crianças que são constantemente instruídas a não demonstrar tristeza ou frustração crescem acreditando que falar sobre sentimentos é um sinal de fraqueza.


Na vida adulta, essas pessoas podem ter dificuldades para se abrir emocionalmente, seja em relacionamentos pessoais ou no ambiente de trabalho. A dificuldade em reconhecer e expressar emoções pode levar ao acúmulo de tensões, ao estresse e até a problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão.


O que fazer diferente? Incentive seu filho a falar sobre seus sentimentos. Mostre que todas as emoções são válidas e que chorar ou se frustrar faz parte da experiência humana.


  1. Críticas Excessivas – Medo de Decepcionar os Outros

Ser criticado constantemente durante a infância pode gerar um impacto profundo na autoestima. Quando uma criança ouve repetidamente que não é boa o suficiente, ela internaliza essas críticas e carrega esse peso pela vida adulta. Essas pessoas muitas vezes se tornam adultos que buscam agradar a todos, com medo constante de decepcionar os outros ou quebrar expectativas. Isso pode resultar em um ciclo desgastante de autoexigência e perfeccionismo.


Se uma criança cresce ouvindo que nada do que faz é bom o suficiente, ela pode se tornar um adulto com medo de falhar. Essa busca pela perfeição, no entanto, gera insatisfação contínua, pois esses adultos raramente se permitem sentir que fizeram algo realmente bem feito.


Como evitar? Ao invés de focar nas falhas, elogie o esforço e o progresso. Isso incentiva a criança a ter confiança em suas habilidades, sabendo que o aprendizado vem com o tempo e que os erros são parte desse processo.


  1. “Você não faz nada direito!” – Autoestima Atingida

Comentários como “você não faz nada certo” podem parecer inofensivos, mas eles podem minar profundamente a confiança de uma criança. Quando ouvimos isso repetidamente na infância, podemos crescer acreditando que somos incompetentes, levando a uma sensação constante de fracasso, mesmo em situações em que alcançamos sucesso.


Adultos que cresceram ouvindo críticas negativas podem ter dificuldade em reconhecer suas conquistas e tendem a se subestimar. Eles se cobram além do necessário, não conseguem celebrar suas vitórias e, frequentemente, sentem que nunca são bons o suficiente.


O que fazer diferente? Substitua as críticas destrutivas por críticas construtivas. Ao invés de dizer o que está errado, explique como a criança pode melhorar e, principalmente, valorize suas conquistas e esforços.


  1. Abandono, Rejeição ou Abuso – Relacionamentos e Alimentação Atingidos

Crianças que sofrem abandono, rejeição ou abuso, seja físico, emocional ou verbal, carregam cicatrizes invisíveis para a vida adulta. Essas experiências podem afetar significativamente a forma como elas veem o mundo e interagem com os outros. Adultos que passaram por esses traumas na infância costumam ter dificuldades em confiar nas pessoas, o que pode resultar em relacionamentos instáveis, medo de intimidade ou, por outro lado, uma dependência emocional excessiva.


Além disso, esses traumas podem se manifestar em comportamentos compensatórios, como relacionamentos difíceis com a comida. Muitos adultos que enfrentaram rejeição ou abuso na infância podem desenvolver distúrbios alimentares como uma forma de lidar com a dor emocional.


O que fazer diferente? Se você suspeita que seu filho passou por alguma experiência traumática, procure ajuda profissional o quanto antes. A intervenção precoce de psicólogos e terapeutas pode ajudar a criança a processar e superar essas dificuldades antes que elas afetem sua vida adulta de maneira significativa.



A infância é a fase mais sensível e importante da nossa vida. Os traumas, críticas e comentários que parecem inofensivos podem moldar a forma como crescemos e nos relacionamos com o mundo. Para os pais, é fundamental criar um ambiente seguro, acolhedor e aberto ao diálogo emocional. Incentivar as crianças a falar sobre seus sentimentos e oferecer apoio, ao invés de críticas, pode fazer toda a diferença no adulto que elas se tornarão.


Na Só Crianças, entendemos a importância de apoiar tanto as crianças quanto seus pais para garantir um desenvolvimento saudável e feliz.

Se você sente que seu filho pode estar enfrentando dificuldades emocionais ou comportamentais, estamos aqui para ajudar com nossa equipe de especialistas.


Por Psicóloga Fabiana Boechat

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